"Porque quando alguém te ama, a forma de falar seu nome é diferente!" - Billy, 4 anos.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Dia após dia


Encontrei-a no terminal. Estava com um bebê no colo. Era filha de uma amiga, era loirinha, assim como ela. Andava devagar, ela, a amiga e o bebê. Eu andava mais a frente, com os amigos de escola. Olhei para trás de repente, ela estava lá. Usava um casaco branco, enfeitado nos ombros, estava linda. Um sorriso nasceu em meu rosto, disse oi. Beijei o rosto dela, ela o meu. Entregou o bebê e se despediu da amiga. Ela perguntou pra onde eu estava indo. Disse que ia pagar umas coisas, resolver uns problemas. Ela sorriu. Eu estava cansado, vindo de uma manhã chata e longa demais. Estava com os cabelos bagunçados, a mochila largada nos ombros. Ela estava com os cabelos presos, a pele fresquinha, o olhar sereno. O perfume exalava e me consumia, de um jeito bom. E foi então que chegou ao fim. Havia três escadas, ela foi pela do meio, eu pelo canto direito. Alcancei uma das amigas com que estava andando. Enquanto caminhava ao lado dela, percebi que era a despedida daquele encontro ao acaso. Disse: “Tchau, princesa!” Ela sorriu, disse tchau também. Olhei para minha amiga: É ela, a menina de quem falo às vezes. Minha amiga sorriu. Olhei para ela, a loirinha, que agora se afastava por entre as pessoas, e depois sumiu após uma curva. Ainda estava abobado quando olhei para minha amiga, percebi que também olhava para a menina que havia sumido. O olhar, aquele olhar não era difícil de reconhecer. Era um olhar curioso, ao mesmo tempo encantado. Surpreso por finalmente poder ver a menina de quem tanto ouvira falar. Estalei os dedos. “Ela é... É mais nova que eu imaginava. É bonita, muito bonita.” Eu sorri. Ainda aturdido com a sensação de ver a loirinha ir embora. Terminei de subir as escadas, me perguntando por quais caminhos ela iria seguir. Mas quando cheguei ao fim da escada e olhei para aquela mesma curva, lá estava ela. A bolsa na mão, o casaco branco dobrado em meia-manga. Fui até ela. Não sabia o que ia dizer, mas fui. Quando cheguei mais perto ela sorriu de um jeito convidativo. Disse: “Está com pressa?” Fiz que não. “Vamos comigo até uma loja?” “Claro!” Respondi. Ela se virou, eu a segui. Atravessamos a rua e ela disse: “Não quer saber pra onde vamos?” “Não – Respondi – Posso ir a qualquer lugar com você.” Ela ficou vermelha, sorriu. Era uma loja de perfumes. Comprou um para o bebê. Depois veio a despedida. Mais tarde, caminhando para casa, lembrei-me do sorriso da minha amiga ao vê-la de perto, porque é esse sorriso bobo e encantado que tenho todos os dias quando a vejo. É com essa cara surpresa e curiosa que a encontro, como se meu coração dissesse: “Puxa, eu não me lembrava de como ela é linda!” Como se ela estivesse mais bonita cada vez que a vejo. A verdade é que eu me apaixono por ela todos os dias. Cada dia que a vejo, e cada dia que não vejo. A verdade é que meu sorriso é cada vez mais encantado, e eu a amo, de verdade, dia após dia.


Thiaago Azeveedo.



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