em constante crise, tentando me decifrar, tentando, em vão, descobrir o que há dentro de mim. O ser humano tem essa terrível mania. Quer saber. Não sabe se entregar a desorientação. Precisam ao menos pesarem que estão compreendendo. Eu, nesse aspecto, sou comum. Comum demais. Preciso entender o que se passa em minha mente. Já que ela está em constante movimento. Preciso me entender. Ahh, raça de seres humanos! Tão comuns. E ela, jovem escritora, ao mesmo tempo que tenta, constantemente, ser mais profunda, é vazia. Não há o que se dizer. É humana. É o fim. sim, tenho preguiça das pessoas. Elas são tão enjoadas, cheias de coisas, valores, chatices. o problema é que gosto dos inocentes, mas me divirto mais com os culpados. Gosto dos bonzinhos, mas me intriga toda sua perfeição. Perfeição que não têm, mas que insistem em tentar demonstrar. Talvez seja porque embora eu tente, incessante e constantemente, não consigo alcançar a perfeição. Taí. É algo que almejo. De verdade. Busco, todos os dias, sem cessar, a tão sonhada perfeição. Em vão. Às vezes sinto como se nunca fosse alcançar, como se fosse algo completamente impossível. Mas é um horizonte. Esta lá para me fazer caminhar. Eu sei. E procuro estar sempre caminhando em sua direção, por mais que ele se afaste a medida que caminho, tento nunca parar. Tento estar sempre de cabeça erguida. Não sou do tipo 'Faça o que eu digo, não o que faço'. Se eu digo é porque faço, não gosto de cair em contradição. Sei que falar é bem mais fácil que fazer. Por isso procuro fazer primeiro, falar depois. Gosto de ser exemplo do que digo. Não é que não goste de gente perfeita. O caso é que não gosto de gente que se acha perfeita. Acho que cada um tem que saber o que é, ao invés de querer passar uma imagem contrária do que é de verdade. Eu já disse, e repito, porque é verdade. Eu não sou perfeita. Talvez um dia eu seja. Talvez não. Estou, a todo tempo, buscando desesperadamente alcançar meu horizonte. Perfeição.
Yaasmin Azeveedo.
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